Voltando ao tema da atualidade, e que nos tira o sono todos os dias, a “pandemia maldita da Covid-19”, temos, neste momento, como que uma espécie de País a duas velocidades: uma preocupante onda a fazer lembrar uma segunda vaga, concentrada em Lisboa e Vale do Tejo, face aos números negativos e à sua estabilidade, ao invés do que seria desejável; a compressão dos números a Norte e Sul, ainda que com dúvidas quanto aos números reais e oficiais, pela múltipla discrepância entre os dados fornecidos pela DGS nos “briefings” habituais e os números locais que derivam das Autoridades de Saúde Locais, que traduzem mais como o País reage a um adversário sem rosto.
Da semana passada, fica a ácida análise do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, na sua área de influência. Se por um lado lhe assistem razões de sobra na análise filosófico/realista da situação e cito : “o constante aumento do número de infetados por COVID-19 na região de Lisboa deve-se em parte a “más chefias e pouco exército” no terreno, insistindo na metáfora bélica, Fernando Medina disse ainda “assim não conseguimos ganhar esta guerra” e atirou-se à DGS, Ministério da Saúde e Administração Regional. O ataque foi claro e direto e envolveu “ todos os responsáveis por esta matéria.” “Ou as chefias conseguem em poucos dias pôr ordem na casa ou as chefias têm de ser reavaliadas”, afirmou o autarca de Lisboa, no habitual espaço de comentário na TVI24. Fernando Medina atribui o estado da pandemia na região de Lisboa e Vale do Tejo — que “é crítico” — à falta de “organização e coordenação”, mas também de meios. Ora, se ao autarca Socialista de Lisboa lhe assistem boas razões quanto à organização e coordenação de meios, não pode nem deve, por coerência Institucional, “assobiar para o lado” e limitar-se a descarregar a “bílis” em terceiros. Se seguisse o exemplo da Autarquia de Braga que saiu atempadamente a “terreiro”, ajudando Entidades terceiras, colocando-se ao lado das Freguesias do Concelho, acionando mecanismos legais e de interligação entre estruturas de Protecção Civil, de Saúde e Autárquicas, disponibilizando meios para testagem (como sucedeu na instalação a custos próprios de meios de análise no Fórum Braga), entre muitas iniciativas tomadas. É que não basta criticar, é preciso saber estar, para saber fazer e isso reflete-se no gravíssimo problema que a Área Metropolitana de Lisboa hoje atravessa, onde os números de “infectados por COVID-19” representam mais de 70% dos casos registados no País, com evidentes consequências na retoma do Turismo e da Economia, não apenas para mal da capital, mas para mal de todo o País. Urge recuperar rápida e convictamente a máxima de que “todos JUNTOS haveremos de vencer esta que é uma batalha sem fim”, onde a postura de cada um, poderá resultar com toda a certeza em beneficio para TODOS. O Presidente do PSD, Rui Rio, analisando esta questão disse que “o combate à pandemia do novo coronavírus está a correr mal na região de Lisboa e Vale do Tejo”, salientando que isso “pode significar que pode correr mal em Portugal”. “Porque [Lisboa] é o pior sítio para correr mal. É o sítio para onde vão mais pessoas e de onde saem mais pessoas. Para contaminar o país é o sítio pior de todos”. Benedetta Allegranzi salientou, a partir da Sede da OMS-Organização Mundial Saúde, que é preciso entender o comportamento do vírus na sua forma de transmissão e sugeriu que se evitem espaços fechados com aglomeração de pessoas, recomendando “ventilação adequada” e o uso de máscara caso não seja possível essa ventilação. A pandemia de COVID-19 já provocou mais de 538 mil mortos e infetou mais de 11,64 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Cabe, por isso, a cada um de nós e a TODOS, saber responder a esta crise “achatando definitivamente os números” que teimosamente resistem em nos levarem à ansiada estabilidade económico-social.
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Firmino MarquesDeputado da XIV Legislatura. Histórico
March 2022
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