por Miguel Bandeira Geógrafo e Professor Universitário O património, particularmente as suas vertentes cultural, ambiental e artística constitui hoje, nas sociedades desenvolvidas e democráticas, um dos principais fatores de bem-estar, produção de riqueza e coesão social. É praticamente impossível falarmos do que quer seja, em particular, com interesse político prospetivo sem convocarmos o tema central do património. Cada vez mais transversal a todas as áreas da governação nacional e local, ele é, sobretudo, no âmbito deste último, o principal campo de batalha onde se digladiam, a coesão identitária de uma desejável comunidade frente aos imediatismos mais robustos do crescimento. Isto é, o local onde se jogam os lances mais determinantes do desenvolvimento sustentável, cuja finalidade ninguém contesta. Ao mesmo tempo, no plano dos compromissos internacionais que vimos assumindo, a nossa inscrição nos chamados países da frente depende de um modo muito diferenciado do valor que damos ao património. Mais não fosse, a prioridade de investimento que damos aos temas que nos tornam internacionalmente reconhecidos e atrativos, pela diferenciação genuína que somos capazes de oferecer aos outros, sendo um meio de desenvolvimento garantido a longo prazo num mundo global cada vez mais uniforme. Daí que o principal contributo que podemos dar para uma sociedade melhor deverá sempre começar por privilegiar o que está ao nosso alcance. No caso, a salvaguarda, o estudo e a divulgação do nosso património cultural, ambiental e artístico. Desde de Braga, veja-se o exemplo dos grandes desafios coletivos que sobre este desígnio temos pela frente nos próximos tempos. Considerada a nossa antiguidade e diversidade do território que dispomos, todas as finalidades são transversais e integradas, mas existem vetores dramáticos oportunos à participação ativa e inadiável de todos os de boa vontade. Ousando distinguir como mais prioritários, os seguintes: - a promoção da reabilitação do centro histórico da cidade de Braga, subordinado à escala cultural, histórica e humanista que o produziu e o vai modelando para o futuro, designadamente, preservando e reintegrando os conjuntos do edificado, suas morfovolumetrias, que lhe dão a sua característica particular; salvaguardando o uso comum do espaço público; salvaguardando o património decorativo do interior dos edifícios, reutilizando-o para fins atuais; subordinando a circulação à mobilidade sustentável; moderando a coexistência de usos privados e coletivos; promovendo a arquitetura de qualidade. - A promoção e a regeneração da paisagem cultural. Por prioritário, a criação do Parque das Sete Fontes, com o arranque do plano de urbanização já aprovado; a salvaguarda e o relançamento da paisagem cultural, património da humanidade, do Santuário do Bom-Jesus do Monte; a qual, tem por desenvolvimento conexo, a implementação do programa dos Sacro-Montes com o município vizinho de Guimarães, reabilitando o coberto florestal existente e contendo a expansão urbana desordenada; a criação de um parque urbano verde entre o Picoto e o Parque da Ponte. - A implementação de planos de pormenor incidentes na preservação e reabilitação dos solos agrícolas e da atividade rural existente nas grandes veigas dos rios Este e Cávado. - A renaturalização de toda a malha hidrográfica principal do concelho, da extinção progressiva das pedreiras existentes dentro do espaço urbano, e de outras atividades de forte impacte ambiental, bem como da preservação das principais manchas florestais existentes. - A valorização estratégica dos vetores histórico-patrimoniais do Romano e do Barroco, tanto no plano material como imaterial. - A acentuação das relações patrimoniais à Peneda/Gerês e Galiza. - Finalmente, o imprescindível movimento cívico e de participação pública que deve sustentar as decisões. Apoiado sempre no investimento que deve ser dado tanto no plano educacional como da investigação no aprofundamento do conhecimento sobre o nosso património. Naturalmente, sem prejuízo de outras ações locais com forte impacto no património, estas seriam aquelas que, em nossa opinião, mais justificam a atenção, reflexão e ação da parte de todos nós nos próximos tempos.
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por Humberto Gomes Engenheiro Civil e Guarda Redes da Selecção Nacional de Andebol Todos nós temos a consciência dos efeitos nefastos desta pandemia não só a nível de saúde, mas também a nível social e psicológico. O impacto da pandemia no desporto tem se revelado um verdadeiro desastre. Competições desvirtuadas por falta dos seus melhores intervenientes, preparação dos atletas deficitária, competições canceladas e quem sofre mais é os atletas mais jovens, pois com a falta de competição e treinos, juntando o tempo em casa com videojogos e as novas tecnologias, acabam por desistir da prática de desporto e assim o futuro fica desde já comprometido. Neste panorama, e na minha opinião o Desporto escolar terá um papel fucral para o futuro do desporto português, será nas escolas que terá de ser feito um trabalho exemplar para cativar e “puxar” os jovens para a prática de desporto, mas para isso as entidades competentes terão que dar as escolas condições para que isso seja possível. Por fim cabe aos pais, mais do que nunca, incutir nos seus filhos uma cultura desportiva adequada, de maneira que vejam o desporto como algo importantíssimo nas suas vidas, tanto no presente como no futuro. por Abílio Lima Engenheiro Agrónomo Quando comecei a elaborar este artigo, a minha infância voltou a nascer, fez com que regressasse ao passado, ao tempo de infância que todos nós temos à nossa maneira. Fez-me lembrar os tempos da Escola Agrícola de Santo Tirso, também conhecida como Escola Secundária Conde S. Bento, em que desde os meus 12 anos de idade, comecei o meu processo de aprendizagem da prática e das técnicas agrícolas, em que nos era incutido o espírito da ruralidade, da importância da Agricultura em prol do desenvolvimento do País, e fundamentalmente da Nossa Região. Além disso, fez-me lembrar a responsabilidade e a disponibilidade que tínhamos, quando terminava a escola, o nosso interesse era ajudar os pais, os nossos familiares. Mas o que nos interessava e que considerávamos ainda o mais importante, era o nosso empenho, a nossa realização profissional, a prática, ou seja, como alguém diz, “estamos preparados para tudo, dado que pusemos e continuamos a por a mão na massa”, temos enraizado em nós, o espírito de união e força. Fez-me também relembrar as tarefas, que realizávamos nas nossas casas, nas casas dos vizinhos, ou até mesmo nas nossas freguesias em que colaborávamos, fazendo por vezes prestação de serviços quando solicitados para tal, sendo considerados até bons profissionais, o que valorizava o nosso ego, nos dava um maior sentido de responsabilidade, e por isso nos obrigava a demonstrar aquilo que valíamos, e o saber fazer era um orgulho e uma realização. Infelizmente, nos dias de hoje isso não acontece, vejo cada vez menos jovens com interesse no sector, tendo sempre em mente a ideia de que a agricultura é um fracasso, sem rentabilidade. Optam na maioria das vezes por viver na cidade, abandonando assim o meio rural. O que me leva a questionar, O que mudou? Porquê esta grande diferença de mentalidade? Porquê esta falta de interesse? Será Verdade? Por isso quero e espero contar com todos aqueles que têm em mente a mesma ideia e opinião, para que possamos, todos juntos provar que a Agricultura e o Desenvolvimento Rural é importante, tem rentabilidade, e é sustentável, e que além disso é uma peça-chave, para o Progresso do País. É preciso desequilibrar, a balança, e fazer com que o abandono e o envelhecimento da agricultura diminua, visto que a idade média da população do sector é de mais de 55 anos, devendo esta tornar-se, jovem, pioneira e promissora. A mudança de mentalidades, a aposta na diferença, o abandono da monotonia, é algo a incutir nos jovens, por isso existe a necessidade e a importância de regressaram à terra, e desenvolver a região e os seus produtos endógenos/autóctones. Os jovens, devem conhecer e ter orgulho no que é nosso. A Educação pode ser um excelente vector de comunicação entre os jovens e a Agricultura. As escolas profissionais têm que ser, cada vez mais apelativas na sua divulgação, para aguçarem o interesse dos jovens no sector agrícola. As Entidades Oficiais devem também ajudar, contribuir e estimular para a necessidade de criar medidas de incentivo ao investimento, acompanhamento no sector e aplica-las, não ficar apenas por promessas. Os jovens empresários, devem ser acompanhados em toda a sua totalidade, não chega falar em banco de terras, para arrendamento rural, é necessário todo o apoio para que os projectos sejam bem sucedidos. Face a isto a necessidade do regresso à Terra deve ser mais uma Vontade do que uma Necessidade, em que o objectivo fundamental deve ser a valorização do que temos de mais nobre que são: as riquezas naturais, a criação, a manutenção e a preservação das nossas tradições, e dos costumes que caracterizam e identificam as Regiões. por Paulo Rios de Oliveira Deputado e Coordenador do PSD na Comissão Parlamentar de Cultura e Comunicação Com especial impacto nos últimos anos, o setor Cultural viveu ou sobreviveu à custa de medidas casuísticas e de curto prazo, sem respostas cabais às já sobejamente conhecidas fragilidades que assolam agentes e estruturas, tão numerosas quanto diferentes. Esta já conhecida fragilidade ficou totalmente exposta por força da pandemia que assolou Portugal e o Mundo nos últimos dois anos e, perante a qual, as respostas do Estado foram poucas, tardias, injustas e pouco eficazes. Se o setor cultural já era disperso, mal tutelado e sem ambição de médio prazo ou sequer de futuro, encontra-se agora em momento que exige diálogo, criatividade, visão integrada, mas descentralizada e responsabilidade solidária de todos com todos. Urge reconhecer à cultura a sua enorme transversalidade e capacidade de interagir de forma fecunda em setores como o emprego, o investimento, a internacionalização, as indústrias criativas, a exportação de conteúdos ou o turismo e o empreendedorismo. Sem prejuízo da autonomia e especificidade do setor cultural, apenas o trabalho em rede e a aceitação da cultura como parte da atividade governativa como um todo, permite parcerias virtuosas com os ministérios e setores a ela mais próximos. Seguindo as melhores práticas de outros ordenamentos jurídicos, impõe-se encontrar pontes virtuosas entre a Cultura e a Saúde, o Desporto, a Economia, Negócios Estrangeiros ou Ambiente, entre outros. O PSD não se conforma com uma Cultura de “alguns para alguns”, dependente e adiada, com apoios, mas sem verdadeiro investimento, parente pobre do turismo e da criação de riqueza, para que contribui fortemente. E podemos ir mais longe, com uma visão integrada da política cultural e das atividades criativas. É necessário envolver e convocar as organizações e os profissionais da cultura e atividades criativas para uma convergência nacional de esforço e - sem desresponsabilizar a função do Estado - assumirem uma atitude proactiva no que concerne à sustentabilidade do setor nas suas diversas áreas, suportada numa visão de conjunto. Isso implica a necessidade de potenciar e reconhecer o papel transformador dos territórios com base na cultura, como alavanca do desenvolvimento económico e da promoção da inclusão social, de modo a mitigar e reverter políticas e movimentos que favorecem a desertificação e as assimetrias regionais. Sem preconceitos ideológicos, é tempo de concretizar os bons projetos nunca executados e avançar para soluções que melhor respondam aos desafios do presente e do futuro. Temos de ser realistas, mas ambiciosos e construir, em diálogo, um verdadeiro Plano Nacional de Cultura e Atividades Criativas, necessariamente plurianual e que una governo, autarquias, escolas, universidades, associações empresariais e sindicatos, fundações do setor, estruturas culturais e seus agentes neste desígnio nacional e da língua portuguesa, em Portugal e além-fronteiras. *Texto escrito ao abrigo do antigo acordo ortográfico por Ângelo Azenha Médico Dermatologista “Todos têm direito à proteção da saúde e o dever de a defender e promover. É uma incumbência prioritária do Estado, assegurada por um serviço nacional de saúde (SNS) universal e geral e, tendencialmente gratuito”(art.º 64º da Constituição da República Portuguesa). Este direito fundamental não tem sido plena e eficazmente assegurado pelo Estado, na garantia de acesso dos cidadãos a cuidados de saúde primários ( cerca de um milhão de portugueses continuam sem médico de família), sendo o acesso presencial fortemente prejudicado pela sobrecarga de trabalho que os médicos em exercício disponibilizam aos cuidados à pandemia por SARS Cov2. O acesso a cuidados de saúde hospitalares (onde faltam meios humanos diferenciados, nomeadamente médicos e técnicos e, em particular enfermeiros, cujo número é manifestamente insuficiente) está de tal modo condicionado, que tem ocasionado demissões em catadupa das chefias médicas em serviços vitais para o funcionamento hospitalar. É público que o SNS apresenta carências, cada vez mais evidentes e profundas na vertente assistencial, com analogia a uma doença crónica, que evolui com as mesmas características e sinais de agravamento. A origem está identificada na persistente suborçamentação do SNS em relação ao PIB nos últimos 6 anos, colocando a sua sustentabilidade em risco (4,7% em 2016; 4,5% em 2017; 4,8% em 2018; 5,01% em 2019 e 5,66% em 2020)(Fonte INE ). De acordo com o relatório da OCDE, de novembro de 2021, que analisa dados da última década, Portugal é o único país europeu em que os gastos com saúde, per capita, diminuíram em 2019-2020 ( - 0,8%) comparativamente a 2015-2019 (+ 3,8%), ou seja, em pleno período pandémico, o poder político desinvestiu nos cuidados de saúde, o que de certo modo explica e justifica o descontentamento manifestado repetidamente pelos profissionais de saúde e pelos utentes do SNS. É urgente revitalizar e fortalecer o SNS, admitindo assim o número de profissionais de saúde necessário e indispensável para colmatar as faltas atualmente existentes, mantendo como prioridade a habilitação profissional e a competência técnica. A experiência nestes tempos de pandemia confirmou todas estas competências dos profissionais de saúde e a sua resiliência já ultrapassou todos os limites admissíveis, em horas extraordinárias e em dedicação e profissionalismo. Por António Lima Martins Advogado As instituições definham com discussões etéreas ou egoístas em razão daqueles que pretendem sobrepor o seu eu e seus egos. Entretanto os serviços públicos estão pelas ruas da amargura, apesar duma carga fiscal (coisa diferente de receita fiscal que muitos, habilidosamente, pretendem equiparar) que bate recordes sucessivos. São meios que não existem, são meios que falham, são meios que não dão respostas satisfatórias, são desleixos inconsequentes, actos de desumanidade que apenas espelham um certo tipo de miséria comportamental que começa a grassar. Tudo despido de uma roupa essencial em democracia, a responsabilidade! A falta desta e sua concretização contamina, indelevelmente, as veias da sociedade sã. Todos os dias acorrem daqueles que nos deviam servir e servir bem, erros simples ou grosseiros, factos inaceitáveis intencionais ou negligentes que, se desconhecidos morrem rapidamente, se conhecidos publicamente são afagados com corriqueiras frases de “vamos apurar” ou “vamos abrir um inquérito” e depois se desvanecem na espuma do tempo sem qualquer eco. São pagamentos que se fazem e não se deviam fazer, outros que socialmente se deviam fazer com celeridade máxima e se espraiam nos dias intermináveis, são actos que que se praticam e não deviam, outros que não se concretizam mas deviam, são faltas de urbanismo, são flagrantes violações dos direitos dos cidadãos sem reparo, sem justificação ou o que quer que seja. Não se impõe uma cultura de exigência assente na responsabilidade. As reclamações, queixas, protestos dos cidadãos continuam, salvo raras e honrosas excepções, a cair num saco sem fundo, a serem tratadas de forma desgarrada, sem respostas céleres, sem uma informação adequada do seu tratamento e acompanhamento e consequências; tanto que, não raras vezes, a simples advertência de uma reclamação, sequer, tem já um efeito preventivo ou dissuasor. Os prestadores de serviços já encolhem os ombros porque sabem pouco relevar. Outros escondem, sub-repticiamente, as identificações que deviam ser visíveis constrangendo ainda mais o direito dos cidadãos. Somos os campeões das boas regras, protocolos, planos…no papel! Na hora da verdade, zero! Ou, então, quedam-se com desculpas formatadas e abstractas que calçam em qualquer sapato, como diz a expressão: “para inglês ver”! E nisto vemos os nossos representantes com conversas e minudências que pouco importam ao cidadão menosprezado, castigado, violentado por servidores que se vão adormecendo no colo largo do Estado. Se os decisores não logram impor boas práticas de controlo, de rigor e responsabilidade efectiva, cognoscível e sindicável, como queremos que saibam gerir o nosso dinheiro? Acordem senhores políticos, antes que seja tarde e aí se solidifiquem e ganhem corpo nos extremos as vozes dos silenciados. *Escrito ao abrigo do antigo Acordo Ortográfico Por Joana Araújo Psicóloga e Presidente da ACFAB - Associação de Cuidadores, Familiares e Amigos de Braga Existe um conjunto de situações para a qual não se está preparado: a rápida evolução da sociedade, o aumento da esperança média de vida, o processo de envelhecimento da população, os delirantes ritmos do dia-a-dia, as alterações climatéricas,… entre outros. Não estamos preparados individualmente, nem em termos familiares, nem tampouco a própria sociedade. O processo de envelhecimento favorece o aparecimento de doenças que aumentam ou desencadeiam incapacidades físicas ou mentais, mas estas podem, no entanto, ocorrer numa altura em que não é espetável. Esta ocorrência inesperada, mesmo em famílias supostamente mais preparadas, origina sempre um conjunto de problemas difíceis de enfrentar e que geram sentimentos contraditórios: incredibilidade, angústia, desespero, incerteza,… Idealmente, pensamos numa sociedade que disponibiliza apoios adequados para sabermos cuidar de nós e dos nossos, um grupo de profissionais de saúde que responda às necessidades essenciais para vivermos mais e melhor. Várias são as experiências pessoais de mudanças repentinas de vidas, quando confrontados com problema de saúde ou um diagnóstico. O mundo começa a cair-nos em cima. É um turbilhão de sentimentos e emoções, sem tempo nem espaço para viver, recheados da sensação de impotência. Várias são as experiências pessoais de vestir a camisola: adaptar um quarto com uma cama articulada, procurar obter apoios para os cuidados exigentes, terapias em casa, pressionar as infraestruturas e os profissionais da saúde, do apoio social, mas também implicam uma alteração radical na organização familiar. São experiências de dias densos ao serviço de um trabalho invisível. Tornar-se cuidador pode acontecer lentamente, à medida que as necessidades vão aumentando, ou de forma súbita, a seguir a uma doença, ou ainda quando não há opção, geralmente, assumindo o papel esperado. Independentemente de como se tornam cuidadores, as pessoas estão por norma mal preparadas para a longa caminhada. Chegados aqui, deparamo-nos com uma sociedade que não se articulou atempadamente no sentido de responder à realidade das famílias e às necessidades de apoios para manter os nossos junto de nós até ao fim. É imprescindível que se acautele a qualidade da vida, não só dos que sofrem de alguma doença, mas também de todos quanto deles cuidam, independentemente da idade, sem o que a sua tarefa se revele infrutífera. É necessário olhar as pessoas como um todo, cada necessidade como parte da necessidade global, no caminho do reconhecimento e valorização do papel da pessoa que presta cuidados informais. É um papel de especial relevância, de facilitadores das necessidades, de promover o bem-estar e a satisfação com a vida, prevendo, minimizando, ou apenas adiando, todas as formas de perda de autonomia e independência ao longo da etapa, que é a última, mas que se quer o mais longa e da melhor qualidade possível. As políticas públicas ainda não respondem às reais necessidades das pessoas que presta cuidados informais, a sua contribuição tem sido subvalorizado e prejudicado. São conhecidos os efeitos negativos não intencionais nos cuidadores informais e nas suas famílias, potenciando o aumento da sobrecarga sobre aqueles que cuidam e o sistema de cuidados de saúde. É imprescindível o seu real reconhecimento nos sistemas social e de saúde, assim como a valorização através de um apoio adequado para o seu papel. Mesmo na fragilidade e dependência, até nos dias finais existem necessidades e há vida para viver, para que a oportunidade de existir valha a pena, aproveitemos cada segundo dessa oportunidade. por Adriana Henriques Artista Plástica, Professora e Curadora Exposição de arte contemporânea Conceito Todas as exposições de arte contemporânea começam com uma investigação conducente ao conceito do projeto que será desenvolvido. Muitas vezes o conceito do projecto transforma-se em tema, podendo verificar-se isso na medida em que se puder dizer que a exposição é acerca de algo. A questão que se coloca no desenvolvimento do conceito do projeto resume-se na seguinte interrogação: “o ponto de partida é a ideia ou são as obras a expor?”. O que aqui está subjacente é saber se a as obras a expor são uma ilustração de um tópico teórico pré-existente ou se, pelo contrário, o tópico teórico se constrói em função das obras a expor. O risco que se corre na primeira hipótese é o de a exposição não ser mais do que uma espécie de nota de rodapé de uma reflexão. O risco que se corre na segunda hipótese é o de a exposição não ser mais do que a reunião de um conjunto de trabalhos de artistas. No sentido de ultrapassar esta dualidade, as práticas de comissariado ou curadoria recentes têm acentuado a necessidade de articular o desenvolvimento do conceito do projeto com as fases de “seleção”, “apresentação” e “interpretação”, propondo inclusivamente que estas ocorram em simultâneo. Selecção, apresentação e interpretação A fase de “selecção” consiste na escolha das obras a expor e/ou dos artistas participantes na exposição. É preciso ter em consideração que, por diversas razões, nem todas as obras pretendidas poderão integrar a exposição. Assim, este é um processo por natureza aberto a circunstâncias externas ao próprio projeto. A fase de “apresentação” consiste no modo como as obras são expostas na galeria. O conhecimento das obras e do espaço expositivo é fundamental neste processo. A fase de “interpretação” consiste na atribuição de significado à exposição em geral e às obras em particular. Este processo materializa-se numa série de elementos interpretativos. Uma exposição contém habitualmente obras obtidas por empréstimo. Trata-se de trabalhos já existentes e pertença de colecionadores – públicos ou privados – ou dos artistas. Em certos casos, embora as obras já existam, estas poderão ter de ser adaptadas ao espaço expositivo ou mesmo recriadas, neste caso normalmente sob orientação do artista. Em circunstâncias excepcionais, a obra pode ser recriada sem orientação do artista, recorrendo-se a documentos e testemunhos para desempenhar tal tarefa. coleção pode ou não estar em exibição permanente. Habitualmente, está em exibição permanente uma parte do acervo, estando a restante nas reservas. Da parte do acervo que estiver em exibição permanente, poderá haver núcleos fixos e áreas rotativas. Um centro de exposições apenas desenvolve uma programação de exposições temporárias. Museu O museu dedica a maioria do seu espaço expositivo à exibição permanente de parte da coleção. No que respeita à programação de exposições temporárias, verifica-se habitualmente uma divisão entre as galerias principal e secundária. A primeira reserva-se para exposições coletivas ou para exposições individuais de carácter monográfico ou antológico. A segunda reserva-se para exposições de trabalho recente ou projeto. O “project-room” dedica-se à apresentação do trabalho de artistas emergentes. Em termos físicos, pode coincidir com a galeria secundária ou então ocupar um espaço expositivo menor ou com características diferentes das de uma galeria. Modelos de interpretação A fase de “interpretação” consiste na atribuição de significado à exposição em geral e às obras em particular. O destinatário deste processo é o espectador. Se a ênfase for colocada na vertente da educação, a prioridade é a contextualização da obra. O que importa é situar o que o visitante vê em termos históricos ou sociais, por exemplo, bem como explicar o assunto da obra. Para isso, encontra-se um forte aparato discursivo na galeria. Este modelo surge com o aparecimento do próprio museu e está associado ao papel educativo que se considera que este deve desempenhar. Se a ênfase for colocada na vertente da experiência, a prioridade é a dimensão estética da obra. O que importa é que o visitante veja o que vê com a mínima – ou mesmo sem qualquer – mediação, sublinhando-se as qualidade formais da obra. Para isso, reduz-se ao básico – ou anula-se mesmo – o aparato discursivo que habitualmente se encontra nos museus. Este modelo surge com o aparecimento do museu de arte moderna em finais dos anos vinte do século XX e está relacionado com duas ideias: por um lado, a passagem da instância museológica enquanto lugar de preservação do passado para elemento constitutivo do presente; por outro lado, a mimetização que esta passou a fazer do estúdio, ambiente onde o artista cria. Características do espaço expositivo O espaço expositivo tem uma ideologia subjacente. As características da galeria tradicional aproximam-na da igreja ou do palácio, onde as obras tinham uma função decorativa. As características do “white cube” conferem-lhe uma neutralidade que se considera essencial à percepção das obras na sua dimensão estética. Galeria tradicional A galeria tradicional define-se como um corredor, com salas “en filade”. As paredes têm cor e o chão é em madeira escura ou clara. A arquitetura tem elementos ornamentais. Verifica-se ainda a presença de vários elementos, tais como bancos, barreiras e sinalética, bem como diversos tipos de tabelas. A disposição das obras, no que respeita à pintura, faz-se em dupla linha ou mosaico, com as telas revestidas de molduras imponentes. No que respeita à escultura, as obras são colocadas em plintos, podendo estes estar encostados às paredes ou agrupados. A iluminação é por vezes encenada, com fontes de luz natural e artificial. Muitas vezes os projectores são colocados próximo das obras. Por Filipe, Tiago e Hélder Braga mob O Erasmus+ é um programa europeu financiado pela Comissão Europeia que apoia a educação, a formação, a juventude e o desporto. O programa 2021-2027 coloca uma forte tónica na inclusão social, nas transições ecológica e digital e na promoção da participação dos jovens na vida democrática. O Erasmus+ apoia ainda o Pilar Europeu dos Direitos Sociais, executa a Estratégia da UE para a Juventude 2019-2027 e desenvolve a dimensão europeia do desporto. A empresa Braga mob no âmbito do programa, é especializada em fornecer oportunidades de mobilidade e cooperação no domínio do ensino profissional, maioritariamente a jovens de toda a Europa, que serão inseridos num contexto educativo/profissional na cidade. Sendo um dos concelhos mais jovens da Europa e também conhecido como o melhor destino Europeu no ano de 2021, ao longo da última década, Braga, afirmou-se também como um destino de referência Europeu na mobilidade de pessoas no escopo educacional e profissional. A Braga mob sediada em São Victor possui hoje uma reputação Europeia e é orgulhosamente uma das grandes referências da cidade nesta jornada da internacionalização e afirmação da nossa região. Maioritariamente as pessoas que procuram os serviços da Braga mob, procuram encontrar intercâmbios de experiências e partilha de boas práticas fora do seus países de residência, muito sucintamente procuramos oferecer às pessoas uma das três experiências no contexto profissional ou educativo:
A inflação e constante aumento de restrições colocam desafios nunca antes imagináveis e esperamos que o "slogan" já batido, mas com sentido "Vai ficar tudo bem" não se aplique apenas a nós, mas a todos os intervenientes na vertente hoteleira que tanto sofreram com as consequências catastróficas da covid19, enfermidade essa que teima em não dar tréguas a toda a população e que por consequência danifica colateralmente de forma massiva e consecutiva a Indústria do Turismo. Depois deste pequeno trecho em que apresentamos a Braga mob, o Erasmus+, e as suas repercussões na nossa mui nobre “Bracara Augusta”, jamais poderíamos finalizar sem deixar de agradecer àquele que foi o nosso mentor, o filantropo: Dr Firmino Marques, por ter identificado em nós o potencial e a capacidade de desenvolver a nossa actividade, quando no ano de 2012 apenas possuíamos "a ideia" e o "projecto em papel", encorajando incansavelmente o nosso progresso. Podemos afirmar que esse incentivo contribuiu de forma muito significativa para que hoje estejamos a partilhar a nossa jornada neste blogue. Endereçamos também o nosso muito obrigado a todos os que acabam de ler este testemunho e a todas as Empresas/Organizações/Associações/Entidades de ensino da nossa cidade que salutarmente colaboram e corroboram da missão educativa da Braga mob. Votos de um ano pleno de felicidade e inexoravelmente de muita saúde para todos nós. Bem Haja. |
Firmino MarquesDeputado da XV Legislatura. Deputado efectivo na CP Parlamentar da "Administração Pública, Ordenamento do Território e Poder Local" , participando também nas CP's dos "Assuntos Europeus" e "Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto". Arquivo
March 2023
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